Quando o N900 foi oficialmente lançado e chegou às mãos dos consumidores, várias reclamações surgiram: não tem aplicativo de rádio, não envia/recebe MMS, só funciona no modo paisagem, e por aí vai.

Mas uma característica do aparelho passou em branco.

Até não muito tempo atrás você comprava um celular como um pacote fechado: software + hardware era aquilo e pronto. Depois surgiram os smartphones, onde você instala novos programas. Mas havia ainda uma barreira a ser quebrada.

E o N900 faz isso: você não está mais preso ao sistema operacional colocado no aparelho.

Mas o que isso significa de verdade? Voltemos ao primeiro parágrafo.

Não é o aparelho que carece daquelas capacidades, mas sim o software que vem nele. Oras, se eu posso mudar o software, então aquilo não é mais um problema.

É como num computador. A maioria dos vendedores de hardware (computadores de mesa ou notebooks), os vendem com o Windows. Mas esse sistema operacional não agrada a todo mundo, e sequer consegue suprir as necessidades de todos (nenhum sistema consegue, para ser mais exato). Então o usuário vai e troca o sistema.

E com o N900 você faz isso! Claro que por enquanto apenas o Maemo roda 100%. Mas em breve teremos o MeeGo como opção, além do Android. E qualquer outro sistema operacional que tenha seu código fonte disponibilizado e alguém disposto a colocá-lo no aparelho.

E aí temos mais uma características do N900 para a qual é preciso tirar o chapéu para a Nokia: é virtualmente impossível você brickar o seu aparelho! O mais próximo que você pode chegar de transformá-lo num tijolo é jogá-lo na parede.

Deu algum problema no sistema operacional? Reinstale! Apareceu um novo e você quer experimentar? É só instalar! Não gostou? Volte ao anterior.

O único limite do N900 é definitivamente o que fazer com o seu hardware.

É uma pena apenas que a própria Nokia não tenha percebido isso no seu lançamento, e tenha perdido tempo com o N97. O N900 é um aparelho para geeks. Usuário comum sofrerá um bocado com ele. Mas com um pouco de visão era possível deixá-lo pronto para aquele que apenas quer um bom aparelho, sem ter que se embrenhar pelas suas entranhas.

Diz a empresa que o N900 é o passo 4 de 5. Acredito que seja mesmo! O passo 5 seria um software condizente com o poder do hardware do N900.