Ou pelo menos em parte.
Eu quase sempre tive aparelhos da Nokia. Não foram muitos até hoje, é verdade. O meu primeiro celular foi um LG, assim que a ainda-Telesp Celular-futura-Vivo lançou o Baby (primeiro plano pré-pago de telefonia celular em São Paulo).
Depois dele começou a “era Nokia”: o primeiro foi um 2280. Depois troquei por um 6235, meu primeiro câmera-fone (que apesar de tirar fotos apenas como VGA, o fazia com boa qualidade).
O aparelho seguinte foi o meu primeiro smartphone: o N73. Com ele comecei a expandir os horizontes, principalmente depois que comprei o módulo de GPS da própria Nokia, para usar junto com o hoje chamado Ovi Maps (na época se chamava smart2Go, e nem pertencia à Nokia ainda).
Com o lançamento do N95, achei que seria uma troca boa, já que teria um aparelho menor, mais poderoso, e me livraria do módulo GPS, já que o N95 tem um interno.
E fiquei com ele por um bom tempo….até que apareceu o N97. Quando eu estava quase trocando, vi a notícia do N900. Foi olhar pro aparelho e pensar: é esse aí que eu quero! Pesquisei um pouco, comparei os aparelhos, e decidi. E aí surgiu este blog e o fórum.
Estou com o aparelho há mais de 1 ano (foi comprado ainda na pré-venda, na Amazon).
Eu não sou fiel a sistema operacional móvel, mas costumo ser a marcas se tenho uma boa experiência de uso com elas. Com a Nokia sempre foi assim, por isso que não me preocupei muito em trocar o Symbian, velho conhecido, pelo Maemo.
Pensei que com o tempo o Maemo cresceria bastante, se fortaleceria, e o N900 seria o trampolim para ele. Que o aparelho é um monstro (em todos os sentidos), não há como negar: é grande, pesado, mas tem um ótimo processador, um sistema eficiente e muitas possibilidades de uso.
Porém, possibilidades de uso não implicam em uso efetivo. De nada adianta ter um carro com 6 marchas se nunca consigo chegar até a quarta.
Eu realmente esperava que a Nokia tivesse aprendido algo com seus erros, com os acertos dos concorrentes, que as coisas melhorassem. Mas não é o que acontece. No fórum do T.M.O., o responsável pelo Instinctiv disse que todo o desenvolvimento de software para o Maemo está congelado, inclusive sob chancela da própria Nokia.
E isso acredito estar claro para todos: não há praticamente ninguém fazendo software para o Maemo. E um smartphone sem programas passa a ser apenas um phone. Viver da bondade da comunidade é utopia. São necessárias empresas, dinheiro, para que as coisas sejam feitas.
Eu não quero ter que recorrer à pirataria para poder ter uma navegação por voz no meu aparelho. Não quero ter que instalar correções de terceiros que deveriam ser feitas pelo próprio fabricante para corrigir problemas ou colocar melhorias. Não quero me considerar à margem até pela empresa que faz o aparelho.
Não tinha trocado o N900 por outro porque não tinha aparecido nenhum que me chamasse a atenção. O iPhone pra mim é uma piada…para usá-lo de verdade eu preciso ter o iTunes, que não roda no meu sistema operacional. Portanto totalmente descartado….é o aparelho que tem que se adaptar ao meu uso, e não o contrário.
Não tinha vontade de ter um Android porque todos os fabricantes metem a mão no sistema, alterando-o, e quando sai uma nova versão o usuário precisa esperar pela boa vontade alheia para, quem sabe, atualizá-lo (vide a novela da versão 2.2 no Milestone). Sem contar que o quesito marca entra em ação de novo: não gosto da Motorola (marca que mais lança aparelhos com o sistema).
Aí apareceu o Samsung Galaxy S. Esse chegou a me chamar a atenção….porém, ele também é personalizado pelo fabricante, e portanto em algum tempo talvez já não esteja mais com a versão mais recente do Android.
Mas com o Nexus S, a segunda geração do Google-fone, a história é diferente. É um Android limpo, como concebido pelo Google, num aparelho com ótimas especificações, e ainda é um Samsung!
Eu já tomei a decisão, e trocarei o N900 pelo Nexus S.
Este deve ser, provavelmente, o último texto escrito neste blog por mim, até por uma certa falta de novidades para o N900 (sequer o Angry Birds de natal ainda foi aprovado pela Ovi Store). O blog não será excluído, pois acho que há muita informação aqui e que pode ser útil a todos os que possuem ou possuirão o N900. Também não se transformará num blog sobre Android. Ele nasceu tendo como tema o N900, e morrerá tendo o N900 como tema. Além do que, já há dezenas, centenas de blogs que falam sobre Android….não há necessidade de mais um.
O fórum também não será excluído, e não será fechado. Mas eu não terei mais uma participação muito ativa, visto que não usarei mais o aparelho.
Enfim, foi bom enquanto durou. Mas graças à incompetência, sonolência, lentidão e falta de visão da Nokia, ela perde um cliente, um usuário dos seus aparelhos e serviços, alguém que estava disposto a desenvolver para a plataforma, e sem ser falso modesto, alguém que ajudava os seus usuários mais do que ela própria.