A notícia do dia foi o lançamento do MeeGo, que é a fusão de dois projetos: o Maemo (capitaneado pela Nokia) e o Moblin (tendo a Intel por trás).
A primeira coisa que muitos vão dizer é “o N900 mal nasceu e já morreu“, ou então “mal o Maemo apareceu no mercado e já sumiram com ele“.
Para os pessimistas de plantão, algumas informações: assim que o N900 foi lançado, já era sabido que a Nokia trabalhava na próxima versão do Maemo, chamado de Harmatan (ou Maemo 6). Portanto a fusão do Maemo com outro projeto em absolutamente nada muda o destino traçado para o N900.
O que vai determinar a longevidade do aparelho, neste primeiro momento, é saber se a próxima versão do sistema operacional (o agora chamado MeeGo) será instalável no N900. Caso não seja, meu amigo, eu tenho uma triste notícia pra te dar: isso não significa a morte do N900! E o motivo é bem simples: grande parte de todo o sistema que roda no aparelho tem o código-fonte disponível. Portanto, QUALQUER PESSOA pode alterá-lo, melhorá-lo, e disponibilizá-lo (tanto que existe por aí uma versão diferente do kernel para o N900, feita pela comunidade).
A única coisa que se deve ter medo é do abandono da Nokia em relação a bibliotecas que ainda são fechadas, como o navegador (apesar de agora já termos o Firefox), ou bibliotecas de mais baixo nível, como acesso aos módulos de GSM, GPS, que eu não sei se são totalmente livres ou não. Mas essas bibliotecas, uma vez estáveis, não devem sofrer alterações…e pelo que me consta, elas são bem estáveis agora (favor não confundir bibliotecas com programas que as usam).
A história do Moblin é relativamente recente, e ele surgiu junto com os atualmente chamados netbooks. A intenção da Intel ao criá-lo era colocar um sistema operacional totalmente personalizado (e consequentemente otimizado) nos equipamentos que utilizariam o chip Atom. A ideia original era permitir usar um computador mais simples, para coisas mais simples também (como navegar na internet ou usar comunicadores instantâneos) e de uma forma rápida. Por isso o Moblin seria pré-instalado no equipamento, e com um carregamento muito rápido (poucos segundos, não mais do que uns 10). Tanto que algumas placas-mãe possuem no seu BIOS uma versão do Moblin, para quando tudo que o usuário quer é ver algo rápido na internet e não quer esperar alguns minutos para o sistema operacional estar…..hmmm….operacional!
Só que o Moblin sofreu com dois problemas. O primeiro: as pessoas passaram a substituir o notebook pelo netbook, então passaram a querer editar textos, planilhas, ver filmes, armazenar suas fotos…e o Moblin não estava assim tão preparado para isso.
E o outro problema, que veio em decorrência também do problema anterior, é que as pessoas passaram a instalar o Windows nos equipamentos. Infelizmente poucos aceitam mudar aquilo com o qual já estão acostumados. Já tinham Windows no computador de casa, no computador do trabalho, então queriam ter no netbook também. Isso diminuiu o mercado do Moblin.
A intenção da Nokia e da Intel é interessante. Porém, não é nova. A Sun já tinha tentado algo parecido com o Java, e falhou. Alguém por acaso lembra qual era o mote do Java assim que ele surgiu? Seria a linguagem de programação utilizada em computadores, aparelhos móveis, geladeiras, torradeiras, microondas e por aí vai. Só há um pequeno problema….a única coisa em que uma máquina de lavar se parece com uma torradeira é que ambos são ligados na tomada. Então cada equipamento teria que ter a sua máquina virtual…..o que, cá entre nós, é totalmente inviável!
E achar que um sistema operacional irá rodar em tantas coisas como eles imaginam, é um tanto utópico.
Vamos ver o que o futuro reservará para o MeeGo. Ainda é cedo para dizer algo concreto, visto que o sistema sequer existe em sua versão final, e não temos nenhum exemplo prático da sua utilização.