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Porque não é preciso temer o MeeGo

Depois que li um texto, com chamada nas news do Maemo.org, parei pra pensar e realmente não há porque ficar com o pé atrás em relação ao MeeGo.

Qual é o maior medo das pessoas em relação a essa mudança? Ficar com um sistema operacional defasado ou que os aplicativos criados para o novo não rodem no atual?

Ficar com o sistema defasado, sinto muito dizer, vai acontecer inevitavelmente! Vejamos só: se o Harmatan/Maemo 6/MeeGo 2.0 for lançado num aparelho multi-toque, o N900 mesmo que rode o sistema, já estará defasado porque não conta com esse recurso (se bem que há uma discussão interessante no Maemo.org a esse respeito, mas serve de exemplo).

Quanto aos softwares…..bem, aqui caímos num problema de conceitos. As pessoas não estão acostumadas à filosofia do GNU/Linux. A começar por como é formado um sistema nessa plataforma. Não existe apenas um elemento, como é no Windows.

No sistema da Microsoft o sistema de janelas está intimamente conectado ao sistema de arquivos que está intimamente ligado ao núcleo do sistema. É tudo uma coisa só! Tente arrancar fora o Internet Explorer…o máximo que você vai conseguir é desabilitá-lo. Mas ele continuará ali!

Não é assim no GNU/Linux.

No sistema livre temos um núcleo básico, que por si só não faz absolutamente nada (o famoso kernel). Para ter uma interface gráfica, é colocado junto ao kernel o X, que é o responsável por fazer a comunicação entre o kernel e a placa gráfica. Em cima do X, temos o gerenciador de janelas, que pode ser o KDE, o Gnome, o Enlightenment, o LXDE, ou, no caso do N900, o Hildon.

E temos as bibliotecas gráficas que, nativamente, cada gerenciador gráfico utiliza (que já comentei anteriormente). Um programa apenas vai decidir qual biblioteca gráfica e quais recursos do aparelho usará. Se os requisitos forem cumpridos no aparelho, ele vai rodar o programa! Seja ele um N900, N920, N2000 ou um Symbian da vida!

No máximo talvez seja necessária uma recompilação se a arquitetura for diferente (por exemplo, um programa feito em Qt para o N97 e para o N900).

Se o medo é que o próximo sistema seja muito mais bonito e funcional que o atual, e não possa ser instalado nos aparelhos atuais, é duro admitir, mas é assim que as coisas funcionam! A Nokia vive de vender aparelhos. Se ela lançar um sistema que funcionará igual no N900 e num futuro aparelho, para que eu iria comprar o novo?

E cá entre nós, a média de lançamentos de aparelhos é exatamente de 1 ano. Senão vejamos: em 2006 foi lançado o N95. Em 2007 veio o N95-8GB. Em 2008 o N96 e em 2009 o N97. Uma sequência “familiar”, com um aparelho por ano. E o iPhone: em 2007 foi lançado o “original”, em 2008 o 3G e em 2009 o 3GS. E agora em 2010 já se espera um novo em junho ou julho.

Ou seja: na prática, na realidade, quando alguém compra um aparelho top de linha, ele não está comprando um top, pois o seu sucessor já está quase entrando nas linhas de produção. É um ciclo, e sempre será assim.

Eu torço para que o novo sistema operacional possa ser instalado no N900. Mas se não for, bem, enquanto o N900 der conta do recado, é com ele que ficarei (como foi com o N95, que utilizei durante 3 anos).

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Por que câmera de 5 megapixel?

Essa é uma pergunta que algumas pessoas se fazem, já que as câmeras fotográficas mais comuns por aí já estão na casa dos 20 megapixel, e há alguns celulares com 8 ou 10.

A primeira coisa a se ter em mente é que a quantidade de pixels não determina a qualidade da foto. Principalmente dependendo do que se irá fazer com ela! Uma câmera VGA (640×480, ou 0,3 megapixels) pode fazer uma foto fantástica para ser exibida num site, mas impressa essa mesma foto ficará horrível.

Para que uma foto seja feita, é necessário que a luz chegue até o sensor, que possui os pixels que fazem a leitura. Aí temos dois problemas: a quantidade de pixels e o tamanho do sensor.

Quanto maior o sensor, mais pixels podemos colocar nele, e portanto maior resolução terá a foto. Só que sensores grandes ocupam grandes espaços. E num celular isso não é viável! Portanto, o que se faz é colocar milhares de pixels em pequenos espaços no sensor. Só que quanto mais pixels você coloca no menor espaço possível, mais luz precisa chegar até eles para que a captura da foto seja satisfatória. E aí entra outro problema: o tamanho do obturador! Ele não pode ser grande, pois, novamente, espaço é algo precioso num celular.

Então é preciso chegar a um denominador comum entre tamanho do sensor, quantidade de pixels, e tamanho do obturador. É necessário que uma quantidade satisfatória de luz chegue até o sensor. Se essa luz for insuficiente, a foto ficará escura ou granulada.

E além disso tudo, há um outro ator nessa história: o software de tratamento da foto! O que o sensor captura ainda passará por um software que cuidará da foto, antes que ela seja efetivamente armazenada na memória do aparelho. Alguns fotógrafos costumam tirar suas fotos apenas em formato RAW. Esse formato é a representação num arquivo daquilo que o sensor leu. Depois ele precisa ser tratado em softwares específicos (como o Photoshop).

Há vantagens em ter a fotos no formato RAW, como ter o original sempre ali, disponível, para novos tratamentos. Mas é necessária uma senhora mão de obra….é como ter o negativo da foto: para vê-la, você precisa primeiro revelá-la.

Isso tudo explica como é possível ter fotos ótimas tiradas com um iPhone, que possui uma resolução menor do que um N95.

Mais megapixels não significam fotos melhores.

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